Graduanda em Licenciatura de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia

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Salvador, Bahia, Brazil

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Olá, Salvador! Década de 1970

Minha avó é uma baixa-grandense. Baixa Grande foi o interior, onde ela nasceu e permaneceu até concluir 17 anos de idade, e depois se mudou para a cidade de salvador com sua irmã, para acompanhar seu marido a trabalho. Seu marido ( meu avô) veio para a Cidade para trabalhar com artesanato em Mar Grande.

Salvador em 1970, o artesanato e a pequena manufatura eram relativamente maiores, quanto a ocupação de pessoal, do que em recife em contraste com a ocupação na produção industrial, propriamente dita de composição orgânica mais baixa em Pernambuco. Na mesma linha, em 1978, Salvador contava com apenas 78% de assalariados, e desses 24%, não tinham suas carteiras do trabalho assinadas. O subemprego aparecia ainda em taxas como 12% das pessoas ocupadas trabalhando menos de 40 horas por semana e 24% não contribuindo para o sistema de previdência social.

Ao chegar em salvador minha avó conta, que foram morar em um quartinho de aluguel, onde cozinhavam a lenha. A cidade de Salvador não se diferenciava muito de um interior, pois era cheia de mato e com casas bem longes uma das outras. O meio de transporte utilizado era as combis e o trem.No começo dos anos 70 ao fim de vários anos de reivindicações dos dirigentes políticos locais, a Bahia teve por definitiva a deliberação do governo federal de instalar, nas proximidades de salvador, o segundo complexo petroquímico Brasileiro. 

O advento da industrialização do país e da Bahia impulsionaram o crescimento populacional e econômico. A instalação da Refinaria Landulfo Alves e do Centro Industrial de Aratu, na década de 1960, e a criação do Pólo Petroquímico, na década de 1970, foram os principais fatos que levaram à urbanização da cidade de Salvador e do setor terciário, entre eles o Turismo. E é com essa visão empreendedora que diversas cidades da Bahia começaram no final da década de 70 expandir seu potencial turístico. Hoje Salvador é considerada um dos principais destinos do Brasil, sendo o turismo uma das principais atividades da sua economia.





No ano de 1970, os assentamentos mais significativos do Miolo eram o Cabula, Pernambués, Pau da Lima e São Gonçalo do Retiro. No que restava da área, a população se encontrava diluída em núcleos espontâneos, como a Palestina, ou de ocupação planejada, como é o caso de Castelo Branco. Embora algumas propriedades agrícolas de pessoas de média-alta e alta renda tenham resistido, proliferaram-se os loteamentos ilegais em grande escala.
É a partir deste período que o Estado começa a atuar no âmbito nacional, sobretudo com a implantação de infraestrutura urbana e o desenvolvimento de programas de habitação. Na área do Miolo, a execução e consolidação de projetos como Castelo Branco, Narandiba, Mussurunga e Cajazeira, ditam os rumos da ocupação, acelerando a expansão periférica e aumentando os vazios entre a área urbana contínua e o limite urbano municipal.

Na época do chamado Milagre Brasileiro - entre os anos 1968-1974 -, os programas urbanos foram estendidos mas acentuou-se a concentração da renda gerada, deteriorando ainda mais as condições de vida urbana. Também é neste período que se registra a presença destacada das invasões no Miolo, como a que originou o atual bairro de Tancredo Neves.
Em Salvador, e em outras cidades do chamado Terceiro Mundo, o aumento do custo das terras urbanas dificultou o acesso ao solo para a maioria da população, obrigando à busca da satisfação da necessidade habitacional em áreas mais distantes e com infraestrutura mais débil, como era o Miolo.

Este tipo de crescimento urbano é recente, caótico e extremamente expressivo e corresponde ao mecanismo que ocorre nas grandes cidades do mundo subdesenvolvido. Estamos falando da expulsão dos pobres, imigrantes ou nascidos na cidade, dos centros urbanos para áreas mais distantes. O processo de formação da periferia é um reflexo espacial da atual articulação entre agentes financeiros, econômicos, políticos, sociais, institucionais e ideológicos tanto na escala local como na global, articulação esta que expressa as relações entre as distintas classes sociais. É a necessidade de satisfação do problema da habitação que gera o processo de formação da periferia (Fernandes, 1992).

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